O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o assassinato da vereadora Marielle Franco será "integralmente resolvido" em breve. O caso é investigado pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dino fica no comando da pasta até 8 de janeiro.
— No dia 2 de janeiro disse que iríamos elucidar o caso Marielle Franco. Quero reiterar e cravar: não tenho dúvida que o caso Marielle em breve será integralmente elucidado. É um caso fundamental pelo simbolismo de defesa das mulheres, das mulheres da política e, portanto, da política. Marielle representa a defesa da vida — declarou Dino no último balanço de sua gestão no MJ, nesta quinta-feira, 21.
Em outubro, o inquérito que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Antes, a investigação tramitava na Justiça do Rio. Amudança foi motivada por novas suspeitas sobre Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele foi citado na delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz, preso suspeito de envolvimento no assassinato, em 2018.
Relembre o caso
Marielle Franco foi assassinada na noite do dia 14 de março de 2018. A notícia se espalhou rápido e chocou o Brasil e o mundo. Aos 38 anos, a combativa vereadora Marielle Franco (Psol) havia sido assassinada juntamente com Anderson Gomes, seu motorista. O crime aconteceu por volta das 21h15. O carro no qual os dois e mais a assessora Fernanda Chaves estavam foi emboscado no bairro do Estácio. Os três haviam acabado de sair da Casa das Pretas, na Lapa, onde a vereadora participara de um debate. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça e morreu na hora. Na linha de tiro, Anderson é baleado e também morre no local. Atingida por estilhaços, Fernanda sobreviveu.
Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu ao STJ para “apurar indícios de autoria intelectual de Domingos Brazão” no homicídio de Marielle. Houve uma tentativa de federalizar as investigações do caso Marielle, passando o inquérito para o MPF e a Polícia Federal. No entanto, a promotora de justiça Simone Sibílio, encarregada do inquérito, defendeu, diante dos ministros do STJ, que a investigação estava em andamento e que dependia de quebras telemáticas para a elucidação do duplo homicídio.
A Corte decidiu manter o caso na esfera estadual. Atualmente, após um acordo no início do ano, coube ao MPRJ e a PF descobrir quem mandou matar a vereadora e seu motorista.
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